Parece uma igeja. Lembra um castelo. Mas é um edifício de escritórios, onde os executivos do início do século tomavam decisões que movimentavam a metrópole paulista. eles desciam dos bondes na praça da Sé, e alguns passos depois atingiam o número 22 da rua Quintino Bocaiúva. Deixavam a bengala no hall decorado em estilo art nouveau, não sem antes cruzar a fachada ornamentada com carrancas, medalhões e figuras alegóricas.
O arquiteto Augusto Fried naqueles idos de 1910, preferiu romper com os padrões clássicos: suas estatuas se exibem em posições nada convencionais. Uma aparece cantando, irrevente. Outra, sentada no frontal da janela, balança os pés nas alturas. Bem à vontade, parecendo não se importar que hoje o prédio, apesar de continuar servindo de abrigo a escritórios, perdeu sua elegância de outrora porque seus salões, antes suntuosos, foram loteados por divisórias de mau gosto.
Fonte - Revista da Folha, 25
Outubro de 1992
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