O Largo São Francisco é um caso típico de espaço definido pela apropriação do adro (que significa terreno em frente ou em volta de uma igreja), que valoriza a presença de edifícios religiosos. Condição similar aos espaços livres medievais encaixados no aglomerado construído. Observa-se até hoje a forma irregular do largo, resultante do posicionamento dos planos verticais das fachadas da igreja de S. Francisco, do antigo convento, ambos construídos no século XVII e do casario de baixa altura.
Os padres cercaram o terreno, descrevendo um círculo que se iniciava na esquina do atual prédio da Faculdade de Direito, seguindo, em reta, pela frente da atual Escola de Comércio Álvares Penteado e, daí, para os lados do Piques, constituindo, todo o cercado, a horta, o pomar e os terrenos de plantio dos frades. Em 1800, o largo, que se chamava Adro de São Francisco, passou a denominar-se Largo do Capim e, com o correr do tempo, destruída a cerca, nascia o Largo de São Francisco.
O espaço ocupado pelo pomar, horta e terrenos de plantio dos frades franciscanos, que atualmente constitui o Largo de São Francisco e Largo do Ouvidor Pacheco e Silva, que se chamou adro de S. Francisco, passou-se a denominar-se ''do capim'', em 1800 e, parte dele Largo do Ouvidor, em homenagem ao primeiro ouvidor-mor da capitania de SP, Dr. Luís Peleja. Erroneamente a prefeitura alterou-lhe a denominação para ''Pacheco e Silva''. Nesse local, bem em frente a igreja de S. Francisco existiu uma cruz de pedra de cantaria que foi retirada em 1870, por não mais possuir um dos braços, quebrado por um estudante da faculdade de direito que subiu nele para discursar. Nesse local funcionou ''O Corvo'', popular cervejaria do alemão Henrique Schoenbourg, freqüentada pelos acadêmicos, que se reuniam promovendo sessões literárias e declamando seus versos.
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