
Muita gente que passa em frente ao prédio da Faculdade de Direito do Largo São Francisco não percebe uma série de tesouros que estão enterrados bem na calçada em frente a entrada do prédio centenário.
Um desses tesouros é a pedra fundamental do que seria o edifício da Faculdade de Direito na Cidade Universitária. Era desejo do então reitor da USP Miguel Reale que os cursos de direito se mudassem para o mesmo local onde as outras faculdades da universidade estavam sendo instaladas.
Mantendo a tradição de rebeldia e independência, os estudantes do centro acadêmico XI de agosto posicionam-se contra à transferência, defendendo as tradições do território Livre e apoiando, prioritariamente, a construção de prédios adequados para as faculdades de Ciências Humanas (História, Geografia, Comunicações etc.), então provisoriamente instaladas nos chamados Barracões.
Foi então realizado um plebiscito entre os estudantes e o resultado foi revelador: 95% dos estudantes votam contra o ''transplante '' como ficou conhecido na época a tentativa de mudança da Faculdade.
Mesmo assim, a pedra fundamental foi lançada no final de outubro de 1973, em ato na Cidade Universitária. De madrugada, os estudantes furtaram a pedra e a levaram para o Largo de São Francisco, onde foi enterrada. Simbolicamente, foi feita uma lápide de granito com os dizeres: ''Quantas pedras forem colocadas, tantas arrancaremos - 30/X/1973''. Sete dias depois foi realizada uma missa simbólica.
Diante disso, a reitoria desiste de transferir os cursos de direito da USP para Cidade Universitária.
Fonte: Livro: ''A heróica Pancada, centro acadêmico XI de agosto: 100 anos de lutas'' (disponível nas bibliotecas municipais da cidade de São Paulo)
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